POUCOS ESCAPARÃO DA BARCA DO INFERNO
O Homem é cruel todos os dias, sedento de poder a cada minuto que passa,
mas a habilidade que o domina é diversa e curiosa. Há os que se aproveitam da
bondade alheia, os que se deliciam com os bons amigos, os que conservam paixões
para a vida, e simplesmente os que desejam amizade eterna há procura de um “porto
seguro”.
Hoje em dia, o que nos
surpreende é a maneira ardilosa como o ser humano procura saciar a sua sede. Nós
não existimos para sermos felizes, apenas para disfrutar da sorte do destino.
Aquilo que objectivamos é a vida mais tranquila possível, porém no final da
corrida só restarão as cinzas envelhecidas pelo tempo. Os que desejam amar, e
viver recolhidos pela sombras conseguirão somente recolher mais
sangue lacrimal do que os restantes. No término dos seus dias, a busca por uma
“vida feliz” custou aos românticos o opúsculo da nostalgia.
Restam os obstinados pela
avareza e pela volúpia, a esses o destino encarregar-se-á de os premiar com a
sorte grande ou a barca do inferno. Os que nasceram para morrer, os que vieram
para disfrutar das suas maravilhas. Afinal, só há espaço para “meia dúzia”... a
vida é a ingratidão, mas igualmente a satisfação para os minoritários.