quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Água da Vida

Hoje, ao vislumbrar as garrafas que estavam expostas simetricamente no armário de vidro, fiquei com o meu olhar preso a uma bebida em especial. Olhei para a televisão, um par de vezes, mas incontornavelmente a minha atenção voltava-se para ela. Situada estrategicamente a garrafa de vodka branca consumou por completo o meu pensamento.

Levantei-me, peguei-lhe e pensei - pareces tão simples, tão ingénua, tão pura e cristalina, mal sabe o provedor a tua verdadeira intenção. Com um elevado teor alcoólico, a inocente "água da vida" pode transformar os nossos neurónios em cinzas, segundo, evocar aquilo que nós não desejamos, e por último, dizer verdades proibidas. Aquelas indesejadas e incovenientes, e para piorar acabamos por revelar "o que não se deve", à pessoa mais escabrosa que nos aparece pelo caminho.

Enfim, mas regressemos ao ponto de partida: eu peguei na garrafa, abracei e disse que a amava. Não, não não ... nada disto ... POR FAVOR NÃO! O meu amor por bebidas alcoólicas é grande, mas não supera a minha paixão pelo sexo! Ora vejamos com um copo de água  à minha frente. Água, sim, mas da vida!  Pousado na minha cabeceira, lá está tão cálida e transparente, de forma inocente e dissimulada.
O que os olhos veem, o paladar sente a dobrar, mas as nossas lembranças, o nosso passado, o pior de nós não se dilui com um simples "copo de água".
Mais do que uma vodka, a vida precisa ser encarada de frente, mas também já alguém afirmou que a água que sai pela torneira cura alguma ferida?!

Por isso... (o próximo capítulo desta história é um degredo!)



Um comentário:

  1. Se fosse eu era...

    Levantei-me, peguei-lhe e pensei - VOU-TE BEBER !

    Senhora das metáforas... :)

    ResponderExcluir