CEMITÉRIO DE DRAMAS
Quem inventou a estirpe humana devia ser condenado ao exílio. Vamos lá ver, o ser a quem todos denominam como ser intelectual, dotado de capacidades exclusivas, tornam estes "lords do universo" num pedaço de carne e osso temido por todo o Reino Animal. A aberração para além de matar e violar a liberdade alheia (algo que já é banal no mundo selvagem), desfaz o seu próprio habitat em cinzas.
O ser humano precisa de comer, beber, reproduzir, ser amado, socializar, e tudo aquilo que faz um de nós igual a tantas outras espécies. Todavia o meu semelhante procura envenenar, enraizar dor, catapultar revolta, transformar pequenos abismos num cataclismo global. Aquilo que todos idolatram - o sentimento - pelo qual extravasamos mil e uma cores de amores e dissabores converte-se num simples toque de mágica, na maior peça de drama.
O ser humano quando nasce, se desenvolve, e enlouquece com o passar dos anos deveria aprender a racionalizar tudo o que sente. Chega de questionar, de aclamar a sua demagogia, de pedir clemência ao seu inimigo, de regozijar tudo para si, de se satisfazer apenas com a dor de outrem.
O amanhã poderá transformar o pior inimigo no melhor aliado, tornar o fruto a quem chamamos proibido no nosso maior e mais desejado apetite carnal.
O ser humano deve aceitar o próximo desafio, negligenciar a sua mágoa, mergulhar na sua imaginação, e jamais recusar um convite. A sua presença deve tornar-se assídua, seja em que palco for, porque o dia que nos espera após o despertar poderá reservar-nos uma esquizofrénica surpresa.
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